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Unemat realiza perfil tecnológico da produção de milho safrinha em Mato Grosso
AGRICULTURA
Unemat realiza perfil tecnológico da produção de milho safrinha em Mato Grosso
04/06/2018 12:41:06
por Nataniel Zanferrari

O Grupo de Pesquisa em Tecnologias de Produção Agrícola (GTPA) da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) analisou o perfil tecnológico da produção de milho safrinha na região Oeste de Mato Grosso. A pesquisa foi desenvolvida pelo aluno Sávio Vinicius Correa e pelo professor Anísio da Silva Nunes, que realizaram levantamento de dados entre janeiro e março deste ano, em 90 propriedades rurais, para identificar o perfil de utilização de tecnologias na cultura do milho safrinha.

De acordo com dados da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), a região Oeste possui 1.020 propriedades rurais distribuídas nos municípios de Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio, Diamantino, Sapezal e Tangará da Serra.

Nesta área são cultivados 1,6 milhões de hectares de lavouras comerciais, segundo levantamento realizado pelo SojaSat, mapeamento das áreas de soja dentro de cada município do Estado, desenvolvido com a utilização de imagens orbitais e técnicas de sensoriamento remoto, trabalho realizado pela Unemat.

De acordo com o aluno Sávio Vinicius Correa, os produtores rurais da região Oeste do Estado de Mato Grosso, em sua maioria, investem em alta tecnologia para o cultivo de milho safrinha, “Investem com a utilização de sementes de milho transgênico, adubação de semeadura e de cobertura”, disse Sávio.

Entre as propriedades rurais estudadas, a média de produtividade na safrinha no ano anterior foi de 110 sacas (6.600 kg) por hectare, acima da média brasileira de 92,7 sacos por hectare, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Entretanto, os pesquisadores encontraram também dois pontos preocupantes: o primeiro foi a ocorrência de nematoides em cerca de 80% das propriedades rurais avaliadas. Nematoides são parasitas de plantas que vivem no solo e reduzem a produtividade das culturas agrícolas.

O segundo ponto preocupante foi a ocorrência de propriedades rurais que ainda não praticam uma importante técnica: a área de refúgio. A técnica consiste em cultivar uma parte da lavoura com milho convencional, com o intuito de evitar a seleção de pragas resistentes à biotecnologia Bt, o milho transgênico com genes da bactéria Bacillus thuringiensis para o controle de pragas.

A pesquisa integrou o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Sávio, sob orientação do professor Anísio. Além do TCC e do artigo científico para a Revista Brasileira de Milho e Sorgo, os autores elaboraram também um folder explicativo com os principais resultados da pesquisa, que foi enviado a todos os produtores rurais que preencheram os questionários do estudo.

Para o professor Anísio da Silva Nunes, além de informar os profissionais do agronegócio sobre o resultado da pesquisa, o folder atende a uma antiga reivindicação dos produtores rurais. “Os produtores muitas vezes colaboram voluntariamente com as pesquisas universitárias e depois não têm acesso aos resultados destes trabalhos”, explica Anísio.

O folder, com os principais resultados da pesquisa, pode ser acessado clicando aqui.

 

Milho safrinha

O milho safrinha possui esse nome por ser plantado após a colheita da safra, entre janeiro e abril. Ele geralmente não é irrigado, por isso é chamado de um cultivo de sequeiro. Desta forma, quanto mais cedo o milho safrinha é plantado, maior o volume de chuvas e menor o tempo de seca durante o ciclo. O milho safrinha é cultivado nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

 

Grupo de Pesquisa em Tecnologias de Produção Agrícola

O GTPA é composto por pesquisadores dos Câmpus Universitário de Nova Mutum e Tangará da Serra, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Mato Grosso do Sul, e da Fundação MS para Pesquisa e Difusão de Tecnologias Agropecuárias. Além das pesquisas sobre tecnologias de produção agrícola, o GTPA realiza também estudos sobre redução dos custos de produção das lavouras, aumento de produtividade das principais culturas e sobre ferramentas de gestão para tomada de decisões.

 

SojaSat

O SojaSat é o mapeamento das áreas de soja dentro de cada município do Estado, desenvolvido com a utilização de imagens orbitais e técnicas de sensoriamento remoto, trabalho realizado pelo Laboratório de Geotecnologia Aplicada em Agricultura e Floresta (Laboratório Gaaf) do Câmpus Universitário de Alta Floresta, e conta com a colaboração de pesquisadores de instituições como a Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Paraná, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Academia Chinesa de Ciências.

 

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